terça-feira, 5 de abril de 2016

QUEM PERDEU?

Já escrevi que o mundo é dos vivaldinos; daqueles que ignoram a ética, que ignoram o outro, que desconhecem o que é alteridade.
A sociedade está podre pela sua composição essencial: O homem.
Não temos desculpas; chega de contemporizações; chega de delegarmos responsabilidades a outrem; chega de esperar que os céus nos salvem; chega de incomodar a Deus!
Resolvam seus problemas humanos, se puderem, pois a podridão não enseja restauro.
Estamos condenados à miséria humana pelas nossas próprias mãos. Deus está fora disso!
Não levantem as mãos para o Céu; não façam orações miseráveis implorando a salvação; nós já crucificamos O Filho!
Estamos sós e sem desculpas! Sartre tinha razão: Estamos condenados a ser livres. Façam o que quiserem, pois já o fazem; pois já fazemos; pois sempre faremos. Mas, pelo menos, mudem as ações e tenham um pingo de ética daqui para a frente.
Mas, se me perguntarem se eu acredito nesta mudança, direi convictamente que Não!
Essa é outra condenação, por nós mesmos, a nós, imposta: Coisa alguma irá mudar na existência humana e na sua organização social. Hobbes popularizou a sentença de Plauto que também tinha razão: "Lupus est homo homini non homo". Portanto, o homem será sempre o lobo do homem!
Pensei em uma oração para me redimir: Perdõe-me Deus pelos erros que cometi; pelas más ações, pelo tempo perdido... mas desisti quando uma vóz interior, como a um Daimom Socrático, ecoou profundamente em minh'alma inquirindo-me: "Quem perdeu?"


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